Monday, May 21, 2007

(resposta a tana) "I do!"




“Nas suas diversas versões, muitos de nós já sentiram que eram definitivamente amados, incondicionalmente aceites, que viviam relações em que o outro, por mais que acontecesse, estaria sempre lá.
Algumas vezes até esta escolha relacional para a vida inteira fez-se abaixo das expectativas iniciais. Ficar com ele ou ela foi nestes casos determinado pela ideia de que o outro “me ama muito”, “é estável e fiável” e, mesmo não sendo a criatura sonhada, permitia seguranças únicas e certezas definitivas.”
in "Guia de sentimentos prováveis", Isabel Leal

4 comments:

Tana said...

pois é Rita,pois é...!


beijos grandes..

Anonymous said...

ja dizia o gil vicente.

Mais vale burro que me carregue do que cavalo que me derrube!!!

quem sabe, sabe... e o gil, sabe!

Anonymous said...

balada da rita

Disseram-me um dia, Rita (põe-te em guarda)
aviso-te, a vida é dura (põe-te em guarda)
cerra os dois punhos e andou (põe-te em guarda)
e eu disse adeus à desdita
e lancei mãos à aventura
e ainda aqui está quem falou

Galguei caminhos-de-ferro (põe-te em guarda)
palmilhei ruas à fome (põe-te em guarda)
dormi em bancos à chuva (põe-te em guarda)
e a solidão, não erro
se ao chamá-la, o seu nome
me vai que nem uma luva

Andei com homens de faca (põe-te em guarda)
vivi com homens safados (põe-te em guarda)
morei com homens de briga (põe-te em guarda)
uns acabaram de maca
e outros ainda mais deitados
o coveiro que o diga

O coveiro que o diga
quantas vezes se apoiou na enxada
e o coração que o conte
quantas vezes já bateu para nada

E um dia de tanto andar (põe-te em guarda)
eu vi-me exausta e exangue (põe-te em guarda)
entre um berço e um caixão (põe-te em guarda)
mas quem tratou de me amar
soube estancar o meu sangue
e soube erguer-me do chão

Veio a fama e veio a glória (põe-te em guarda)
passearam-me de ombro em ombro (põe-te em guarda)
encheram-me de flores o quarto (põe-te em guarda)
mas é sempre a mesma história
depois do primeiro assombro
logo o corpo fica farto

O coveiro que o diga
quantas vezes se apoiou na enxada
e o coração que o conte
quantas vezes já bateu para nada

joão matos said...

josé mario, adorei o teu comentário ao post da rita, melhor não podia ser.
Achei de muito bom gosto a escolha desta velhinha musica do sérgio godinho.